Xenodiagnóstico e microbiopsia como instrumentos de detecção da leishmaniose visceral em cães e gatos

A leishmaniose visceral é uma zoonose, onde o cão pode ser um hospedeiro e um reservatório importante nas áreas endêmicas, mas também outros animais, como felinos domésticos e mesmo aves domésticas podem ser portadores. Na verdade, o ciclo começa perigo com o mosquito palha, pois o protozoário Leishmania infantum se desenvolve principalmente no organismo deste mosquito e é transmitido quando o mesmo pica o animal para se alimentar, já que é um mosquito hematófago.

            Além da grande importância em buscar tratamento para os animais doentes, é essencial o controle sanitário da doença com estratégias para controlar o mosquito transmissor, assim como prevenir o desenvolvimento da doença nos animais suscetíveis. Nos cães há a vacina anual, que deve ser administrada junto com outras medidas de prevenção, como uso de coleiras com piretróides eficazes contra o mosquito, e levar os animais para um ambiente telado ao cair da tarde, quando esta espécie de mosquito sai para pastejar.

             Os sintomas da leishmaniose visceral canina são bastante variados e muitos decorrentes das reações autoimunes que desencadeia. São eles: fraqueza, inapetência, anemia, ferimentos na pele que não cicatrizam, descamação e perda de pelos, crescimento exagerado das unhas, alterações oculares, diarreia com sangue.

            O maior problema são os animais que estão infectados, mas são assintomáticos, e continuam transmitindo o parasito, ou se muito depois da infecção, quando sua imunidade cai por algum motivo.  Por isso, quando se tem um animal sintomático e com diagnóstico positivo, deve-se também fazer o exame de todos os outros, mesmo com aspecto de sadios.

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O que é doença de Lyme símile brasileira ou Síndrome de Baggio-Yoshinari ?

A Doença de Lyme é uma enfermidade infecciosa comum nos Estados Unidos, transmitida por carrapatos de várias espécies, que podem causar lesões na pele, no sistema nervoso central e periférico e no coração, além de dores articulares. No Brasil, temos diagnosticado as mesmas manifestações clínicas, após picada de carrapatos, desde 1992. Essa variante brasileira é denominada de Doença de Lyme símile brasileira ou síndrome de Baggio-Yoshinari, ou Borreliose e trata-se de uma zoonose negligenciada e subnotificada.

            Os sintomas do Lyme símile brasileira podem ser recorentes, mesmo com tratamento adequado, com grande frequência de cronificação e risco de desenvolvimento de sintomas imunorreativos como a síndrome da fadiga crônica ou encefalomielite miálgica e doenças autoimunes/alérgicas.  Os carrapatos no Brasil não pertencem ao complexo Ixodes ricinus, como encontrado nos Estados Unidos.  Aqui, os carrapatos dos gêneros Amblyomma cajenenses,  Rhipicephalus sanguineus, Ripichephalus microplus, Dermacentor nitens são vetores que infestam tanto animais domésticos como silvestres.

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O super vilão Aedes aegypti ameaça também os animais

Um pequeno inseto e um poder de destruição tão grande. O mosquito Aedes aegypti tem preocupado toda a Comunidade Médica e os pesquisadores das questões Sanitárias e Epidemiológicas, pois cada vez mais se torna o carreador de mais e mais doenças infecto-contagiosas.

Já é sabido que transmite a dengue, a zika, a chikungunha. Nas últimas semansa porém, temos tidos inúmeros alertas de cidades com casos de febre amarela, quando, erroneamente culpam os pequenos primatas que vivem próximos às matas das cidades. Mas a culpa realmente é mais uma vez do Aedes aegypti, junto com o igualmente perigoso mosquito tigre, o Aedes albopictus.

            Ainda há outra doença reemergente chamada Mayaro, que tem sido detectada em algumas partes do país, assemelhando-se ao dengue.

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Zoobiquidade

Termo criado pela cardiologista norte-americana Dra Barbara Natterson-Horowitz, é um neologismo contendo o prefixo “zoo” – relativo aos animais, e “ubiquidade” – que significa “está em toda parte, o tempo todo”.

Já vínhamos nos adaptando ao termo “Uma Só Saúde” (One Health). O conceito One Health foi divulgado pela primeira vez em 2007, através da colaboração entre a American Medical Association (AMA) e a Americal Medical Veterinary Association (AMVA) que criou uma estratégia mundial para a expansão de colaborações interdisciplinares e da comunicação em todos os aspectos dos cuidados de saúde humana e animal.Em 2008, a União Europeia abraçou este conceito e vem auxiliando a incrementar ações que tornem este conceito mais efetivo. Continue Reading →

Atenção para a infecção pelo Neospora caninum

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Há tempos, venho observando em meu atendimento na região rural de Teresópolis, o aumento de casos de cães jovens e adultos com sintomatologia neurológica. Sabemos que a doença mais comum com sintomas neurológicos é a cinomose, causada por um Morbilivirus. A cinomose ocorre em animais não vacinados, ou vacinados com vacinas não éticas ou ainda naqueles imunológicamente comprometidos.

Outra doença com sintomas neurológicos é a raiva,  que todos sabem que é terrível e não tem cura, daí a obrigatoriedade da vacinação anti-rábica anual por lei (a vacinação de cães e gatos contra a raiva é obrigatória no Estado do Rio de Janeiro, conforme estabelecido pela Lei Estadual N° 4.808 de 04 de julho de 2006).

Alterações na deambulação e mesmo convulsões podem ocorrer na infecção por Erlichia canis e outros hemoparasitss transmitidos por carrapatos. Intoxicações como o botulismo e envenenamentos por produtos químicos também mostram este quadro. Continue Reading →