TRANSTORNO OBSESSIVO-COMPULSIVO EM CÃES

Atualmente existem médicos veterinários especializados em comportamento animal, e ajudam o tutor a desenvolver comportamentos junto aos seus cães que favoreçam um relacionamento positivo e harmonioso. Outras vezes ocorrem transtornos obsessivos compulsivos semelhantes ao que pode ocorrer com os seres humanos, e esta condição acaba reverberando em sua saúde física.

            Definindo melhor, o transtorno compulsivo é caracterizado por uma sequência repetitiva e relativamente imutável de atividades ou movimentos sem propósito ou função óbvia. Embora o comportamento geralmente seja derivado de comportamentos normais como manejo diário, alimentação e caminhada, o comportamento repetitivo surge a partir de alguns gatilhos e interfere no funcionamento normal do comportamento. É referido como “TOC” ou “Transtorno Obsessivo-Compulsivo”. Os comportamentos obsessivo-compulsivos mais comumente observados são girar, perseguir o rabo, automutilação, alucinar (morder a mosca), correr subitamente, morder o ar, mastigar o cabelo do dono, mordiscar roupas, apetite por substâncias não alimentares, como sujeira, pedras ou fezes, olhar fixo e vocalização sem causa. Alguns cães também apresentam potencial para agressão.

            Nos quadros de automutilação existem áreas de alopecia, pele em carne viva, foco geralmente na cauda, membros anteriores e extremidades distais. O comportamento do cão se intensifica com o tempo e não pode ser interrompido mesmo com contenção física, aumenta na frequência ou duração e se torna bastante perturbador.

            Pode haver lesões auto-induzidas – as dermatoses psicogênicas – associadas ao aumento da atividade motora e comportamentos repetitivos, com tendência a piorar ao passar do tempo.

            Naturalmente, o médico veterinário irá buscar outros diagnósticos diferenciais, como foco de dor neurológica, hérnias de disco, inflamações localizadas como nefrites piometras, alterações hormonais, problemas dermatológicos causados por infestação de pulgas, carrapatos, ou ácaros, alergias alimentares, a produtos de limpeza, doenças dermatológicas autoimunes como atopias ou pênfigo, carências alimentares, hipotiroidismo, leishmaniose, problemas com manejo (por exemplo, não remover adequadamente o sabão, deixar muito tempo sem banho, sabonetes e shampoos inadequados). São inúmeras as causas, antes de se diagnosticar de fato como um transtorno obsessivo compulsivo.

            Os transtornos compulsivos autodirigidos em cães incluem um número de síndromes que são descritivas de lesões (por exemplo, dermatite de lambedura acral, alopecia psicogênica) ou padrões de comportamento estereotipados, como por exemplo, sucção de flanco, mastigação de cauda, ​​perseguição de cauda, ​​auto-amamentação, lambedura prepucial, mastigação excessiva dos pés ou unhas, coçar ou esfregar excessivamente. Algumas vezes é possível observar e perceber os gatilhos que despertam e intensificam o comportamento, mas na maioria das vezes, o transtorno vai se ampliando e ocorre por diversos motivos, gerando comportamentos autodirecionados, ou, de modo mais grave, manifestando agressividade dirigida a tudo ao redor.

            Nem sempre o tratamento convencional com anticonvulsivos, tranquilizantes tricíclicos e outros recursos, conseguem controlar a situação. Tratamentos não convencionais como homeopatia, aromaterapia, acupuntura, fitoterapia, florais além de treinamentos para corrigir os comportamentos indesejáveis, podem ser bastante úteis, e sendo administrados por profissionais especializados, ajudam a reequilibrar o paciente, sem danos colaterais.

Literatura consultada:

KIDD,R. Alternative medicines to help with behavioral training (Proceedings). Disponível em:https://www.dvm360.com/view/alternative-medicines-help-with-behavioral-training-proceedings  

Pet Med.    Anxiety and Compulsive Disorders in Dogs. Disponível em: https://www.petmd.com/dog/conditions/behavioral/c_dg_compulsive_disorders

Pet Place. Dealing with Canine Self-mutilation Disponível em: https://www.petplace.com/article/dogs/pet-behavior-training/dealing-with-canine-self-mutilation/

VIRGA, V. Self-directed behaviors in dogs and cats. March 1, 2005. Disponível em:https://www.dvm360.com/view/self-directed-behaviors-dogs-and-cats

By Leonora Mello

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