Retroviroses em felinos domésticos : FIV ( Vírus da Imunodeficiência Felina)

Nem sempre os testes rápidos, a partir de presença de anticorpos identificam a doença. Já o PCR consegue detectar o DNA e RNA viral  e assinala, respectivamente, que o vírus entrou na célula e se integrou ao genoma do hospedeiro e que há ocorrência de produção viral. Conforme avança da fase aguda para a fase de portador assintomático, no organismo animal há um decréscimo na carga viral, depois os níveis de RNA viral no plasma permanecem relativamente estáveis. Alguns gatos portadores da infecção pelo FIV não apresenta anticorpos após a infecção por longos períodos de tempo. A mesma situação ocorre no estágio terminal da infecção, em que os níveis de anticorpos circulantes nos felinos enfermos são baixos e difíceis de serem detectados. Nestes casos, o PCR é um método quase que perfeito quanto à sensibilidade para a detecção da infecção pelo FIV, pois identifica o provírus do FIV na célula hospedeira.

               Não existe um tratamento específico e eficaz, mas é possível controlar as infecções secundárias com antibióticos, a anemia com eritropoietina, as inflamações da boca e sistema digestivo com baixas doses de prednisolona (porém ela seu uso contínuo em pacientes com FIV é contraindicado) Tratamentos imunomoduladores como betaglucanas, e suplementos nutracêuticos trazem um maior equilíbrio metabólico.

               Estudos apontam para a utilização da lactoferrina, a principal proteína existente no colostro materno, que tem a capacidade de captar e liberar os íons ferro conforme a necessidade do organismo, inibindo o crescimento de células cancerígenas, vírus, bactérias e outros patógenos que dependem de ferro para proliferar. Esta propriedade a transforma em poderosa aliada contra os efeitos da infecção pelo FIV.

               O AZT (zidovudina) é o antiviral mais usado para o tratamento do FIV. Ele é um inibidor da enzima viral transcriptase reversa, prevenindo a conversão do RNA viral em DNA. Embora tenha alguns efeitos colaterais, felinos toleram bem nas doses recomendadas.

               Durante décadas foi utilizado o interferon recombinante alpha humano. Hoje estudos indicam que sua eficácia ocorre somente nos primeiros meses da doença, se tornando sem efeito depois. Preconiza-se atualmente a utilização do interferon ômega felino, porém ainda não é permitida sua comercialização no Brasil.

               É possivel fazer uso de medicamentos homeopáticos para melhorar a imunidade e estado geral dos pacientes, fornecendo bem estar, diminuição do estress e das infecções secundárias, lembrando que não há uma mesma receita para todos. Cada um tem sua individualidade, manifestará de forma única seus sintomas, e consequentemente será prescrita uma receita para cada paciente com FIV.

Literatura consultada

Gomez-Lucia, E.; Collado, V.M.; Miró, G.; Martín, S.; Benítez, L.; Doménech, A. Clinical and Hematological Follow-Up of Long-Term Oral Therapy with Type-I Interferon in Cats Naturally Infected with Feline Leukemia Virus or Feline Immunodeficiency Virus. Animals 202010, 1464. https://doi.org/10.3390/ani10091464

By Leonoramello

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