COMPLEMENTOS NUTRICIONAIS PARA OS PETS – A VITAMINA D

Uma boa alimentação costuma suprir as necessidades básicas de todos os nutrientes. Porém, não raro nos vemos diante da necessidade de suplementar cães e gatos com vitaminas e aminoácidos.

Por outro lado, estudos recenes apontam os benefícios de reforçar a dieta com certos nutraceuticos, e um deles é a vitamina D.

A vitamina D, como se sabe, pode ser obtida de forma fotossintética, a partir da exposição de alguns minuto à luz solar da manhã. Porém, esta produção não ocorre de forma tão fácil em cães e gatos, e assim eles precisam ingerir a forma ativa, o colecalciferol (D3).

Doenças autoimunes que são inibidas por 1,25(OH) 2D, em estudos com animais
Encefalomielite autoimune
Artrite induzida por metabolismo atípico do colágeno
Doença inflamatória
Diabete tipo I
Lupus eritrematoso sistêmico
Tireoidite
Artrite reumatóide
Esclerose multipla
 

 

            A regulação do Sistema Endócrino sobre a vitamina D, ocorre no rim, por meio de uma enzima chamada l-hidrolase. A produção de calcitriol pelos rins, considerado um hormônio, pode ser modulada de acordo com as concentrações de cálcio e outras necessidades do organismo.

Em seres humanos, e provavelmente nos cães e gatos, a medida que envelhecem, a demanda de vitamina D vai aumentando, principalmente em alguns aspectos:

  • Proliferação e diferenciação celular – a proliferação é a diferenciação rápida das células. A diferenciação é o resultado da especialização as células em funções específicas. Uma proliferação descontrolada, sem diferenciação pode levar ao aparecimento das neoplasias.

A vitamina D é um poderoso hormônio anti-proliferativo e pró-diferenciativo, e desta forma diminui a possibilidade de câncer. O contrario é verdadeiro. Muitas pesquisas apontam que indivíduos com baixas reservas de vitamina D apresentam maior prevalência de câncer.

  • Pele –alterações ligadas a proliferação atípica de células, ligada a distúrbios imunológicos, podem ser beneficiados com a administração oral de vitamina D 3, como no caso da psoríase, por exemplo, entre outras.
  • Sistema Imune – existem receptores da vitamina D em diferentes células do sistema imunológico, como linfócitos, monócitos, macrófagos, e há estudos que relacionam a deficiência de vitamina D com o agravamento de enfermidades como a diabete insulinodependente, esclerose múltipla, lúpus eritrematoso sistêmico (LES). Há evidências em animais, dos efeitos benéficos sistêmicos da vitamina D em artrite induzida por colágeno, diabete tipo I, doença inflamatória intestinal, tireoidite autoimune e LES.
  • Sistema cardiovascular – muito interessante é a constatação da regulação da vitamina D  sobre a pressão arterial. Ela atua na regulação do crescimento das células musculares lisas , no grau de contratibilidade das células do miocárdio, e na inibição da renina ( sistema renina- angiotensina- aldosterona).

 

Além dos aspectos citados sabe-se que a forma ativa da vitamina D3, o calcitriol, tem sido utilizada nos casos de insuficiência renal, para evitar uma condição chamada hiperparatiroidismo renal, que leva ao sequestro de cálcio dos ossos, numa tentativa de diminuir a acidose metabólica nos pacientes com doença renal avançada. Se a desmineralização óssea prosseguir, podem haver fraturas espontaneas, a começar pela mandíbula.

Outra condição, porém, chama-se hiperparatiroidismo  secundário nutricional, quando há excesso de suplementação da vitamina D em animais jovens e em crescimento, causando deformações nas articulações dos ossos longos, muito dolorosas. Assim, recomenda-se que a suplementação terapêutica de vitamina D seja feita com muito critério, e preferencialmente em animais maduros e idosos.

Para concluir, podemos afirmar que a vitamina D, quando utilizada criteriosamente, tem sido de grande utilidade, como coadjuvante nos tratamentos de neoplasias e doenças autoimunes em cães e gatos adultos ou idosos que apresentem baixas taxas de vitamina D no organismo. Os fatores que determinam essas taxas mais baixas, podem ser falhas na alimentação, pouca exposição ao sol, excesso de ingestão de vitamina A, alterações na absorção  ou metabolismo da vitamina D, e devem ser investigados.

 

Literatura consultada

Nanocell News. Vitamina D, Uma Possível Cura para Doenças Autoimunes. Disponivel em: http://www.clinicacedig.com.br/dicas/orientacao/item/vitamina-d-possivel-cura-doencas-autoimunes.html   Acesso em 24/05/2018

PETERS, B.; MARTINI, L.A. Funções Plenamente reconhecidas de Nutrientes- Vitamina D. Força Tarefa. Alimentos Fortificados e Complementes. International Life Sciences Institute Brasil.2º volume. 2ª edição revisada.. p 1-23.2014

by Leonora Mello